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Jornada do Patrimônio termina com tradicional bolinho de feijão da cidade

2 de setembro de 2019

Um delicioso passeio a uma casa na Rua do Serro, no Centro Histórico da cidade, encerrou nesta sexta-feira (30), as atividades da Jornada do Patrimônio Cultural de Minas Gerais em Santa Luzia. Lá, uma equipe da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo foi conhecer o famoso “bolinho de feijão da Brasa”, como é conhecido o quitute preparado por Brasilina Alves Arcanjo, chamada carinhosamente de Brasa.


Na visita, ela contou sobre a tradição de preparar a iguaria, que já está em sua família há cerca de 200 anos. “Eu aprendi com minha mãe e ensino para todos que vêm até aqui e têm interesse de aprender”, diz. E o bolinho de feijão atrai clientes de vários lugares. “Tenho clientes até de outros estados”, conta. E o segredo do sucesso? “Amor”, sintetiza.


A jornada começou na cidade na última segunda-feira (26), com uma visita guiada à residência do casal Bino e Dona Maria, na comunidade de Taquaraçu de Baixo. Eles produzem doces, bolos, roscas, pães e biscoitos e vendem por encomenda e em uma feira na Praça Afonso Arinos, em Belo Horizonte.


As atividades seguiram nos dias 27 e 28, terça e quarta-feira. O segundo encontro ocorreu no São Benedito, mais especificamente na Avenida Senhor do Bonfim, onde a gastronomia serve de pano de fundo para um encontro entre amigos e até mesmo desconhecidos. Lá, Davidson Carlos de Oliveira Santos e Walace Cláudio de Araújo preparam, há cerca de dois anos, um almoço todas as terças-feiras. Segundo eles, já foram servidos mais de 120 refeições em um só dia. Ali, é só chegar e aproveitar a deliciosa preparação do dia. Os ingredientes são recebidos em doações e comprados entre eles mesmos.


A outra visita também estava relacionada à gastronomia e patrimônio, tema da jornada, mas tratava mais sobre o preparo. A exposição “Da terra à cocção: A tradição colonial das panelas de barro”, mostrou como são feitas as panelas de barro produzidas pela paneleira Dona Vagna, moradora do bairro Pinhões. Ela aprendeu “só de olhar” e o dom é uma tradição na comunidade. A herança veio dos negros que viviam na região, reconhecida há cerca de dois anos como comunidade quilombola. Ela contou um pouco sobre a produção, que atende clientes até mesmo de fora do Brasil. “Tenho cliente que vem da Argentina para comprar minhas panelas”.


Em Santa Luzia, muito mais que o prazer de compartilhar uma boa comida e receber amigos ou fazer novos, a gastronomia conta muito da história desse povo. Em cada preparo, em cada conversa, em cada recipiente há também a identidade dos luziense e as recordações e ensinamentos herdados durante gerações.


Municípios de todo estado participaram da jornada do patrimônio cultural. Esta é a sétima edição. Os municípios que, assim como Santa Luzia, tiveram sua adesão à jornada homologada e que comprovarem a realização das ações conforme a Deliberação Normativa do CONEP terão direito à pontuação no programa ICMS Patrimônio Cultural.