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Caramujo Africano: Mitos e Verdades

16 de dezembro de 2022

O caramujo africano (Achatina fulica) é um molusco que se prolifera intensamente nas épocas de chuva. Confira porque encontrar esta espécie pode ser um sinal de alerta e como pode eliminá-lo.
O “caracol-gigante” é natural do Brasil e inofensivo ao meio ambiente: MITO
É nativo da África e foi introduzido ilegalmente no Brasil nos anos 80 como alternativa ao escargot. Tempos depois se reproduziu descontroladamente na natureza e trouxe desequilíbrio ambiental ao competir com nossas espécies. Além disso, não possui predadores naturais no Brasil.

É verdade que ele transmite doenças?

VERDADE

É no muco deste caramujo que podem ser encontrados parasitos que causam duas importantes zoonoses:
Angiostrongilíase Meningoencefálica Humana: causada pelo parasita Angiostrongylus cantonensis, os sintomas mais comuns são dor de cabeça muito intensa, febre, vômitos, rigidez de nuca, formigamento, dentre outros. Seu ciclo envolve roedores, portanto o controle de ratos auxilia na prevenção.
Angiostrongilíase abdominal: causada pelo parasita Angiostrongylus costaricensis,  geralmente não manifesta sintomas, embora em alguns casos possam ocorrer dor abdominal, febre, inapetência, náuseas, vômito e diarreia.
As doenças são transmitidas apenas pelo contato direto com o molusco:

MITO

São formas de transmissão: ingerir o caramujo cru ou mal cozido, consumir alimentos sem a correta higienização (frutas e verduras onde o caramujo gigante africano infectado tenha se deslizado) e ao manusear os caramujos e levar a mão à boca (fumando, por exemplo).
Qualquer caramujo, mesmo as espécies brasileiras, devem ser eliminadas: MITO
O caracol africano não deve ser confundido com a espécie nativa, o Megalobulimus sp! A incorreta identificação e eliminação da espécie brasileira pode causar desequilíbrio ecológico, além de configurar crime ambiental.
Como diferenciar? A concha do Achatina é mais alongada e pontiaguda, de coloração mais escura e possui mais giros. Já a concha do Megalobulimus sp é mais gorda, tem menos giros e sua abertura não é cortante.

O sal ajuda a matar o caramujo: MITO O uso de sal é ineficiente e prejudica o solo.

Posso utilizar algum veneno para espantar ou eliminá-lo: MITO E INCORRETO!

Não utilize veneno, devido ao risco de intoxicação a pessoas e animais.  O único método eficaz é a longo prazo pela coleta e destruição das conchas e ovos.
O QUE FAZER AO ENCONTRAR O CARAMUJO AFRICANO?
Utilizando luva de borracha ou pá, catar o caramujo e os ovos até que desapareçam. Faça isso pela manhã ou no final da tarde.
Proteger pele e mucosas, não comendo, fumando ou bebendo na hora da coleta. Em caso de contato acidental lavar com água e sabão.
Coloque-os em uma solução de uma parte de cloro para três partes de água e deixe-os totalmente cobertos por 24 horas.
Retire a água e descarte os caramujos no lixo com as conchas quebradas (utilizando um martelo ou pisando com calçado adequado).
Coloque para a coleta de lixo comum em dois sacos plásticos.
Retire as luvas e lave bem as mãos.
Não jogue os animais vivos no lixo. As conchas vazias também devem ser recolhidas, pois podem tornar-se criadouros para o mosquito da dengue e outros insetos.

COMO FAZER PARA EVITAR QUE ELE APAREÇA EM MINHA CASA?

Realize capina periódica e mantenha o quintal sempre limpo.

COMO PREVENIR AS DOENÇAS?
Lave sempre as mãos após cuidar de hortas, manusear a terra ou objetos que possam ter tido contato com esses animais ou que lhe possam servir de abrigo;
Controlar os roedores;
Lave bem verduras e legumes, deixando-os de molho em solução (1 colher de chá de cloro para cada 1L água) por 15 a 30 minutos;
Não coma os caramujos nem os utilize como isca;
Não permita que crianças manuseiem ou brinquem com moluscos. É proibida a sua criação.