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Educação promove intercâmbio entre culturas

11 de junho de 2021

Atividade da plataforma Com Clique incentiva troca de cartas de alunos do 8º ano com refugiados venezuelanos residentes no Brasil

Uma simples atividade de produção textual, sugerida pela Secretaria Municipal de Educação na plataforma de ensino digital (Com clique) para alunos do 8º ano do ensino fundamental acabou se transformando em uma nova experiência: trocar cartas com crianças e jovens venezuelanos refugiados e residentes em abrigos no estado brasileiro de Roraima.

A proposta foi inspirada no projeto “Mi casa, tu casa”, desenvolvido por meio de uma parceria entre um jornal de São Paulo (Joca), a agência da ONU para refugiados (ACNUR) e a ONG Hands on Rigths. O projeto tem como objetivo proporcionar acolhimento e contribuir para a continuidade da educação das crianças e adolescentes refugiados e migrantes venezuelanos em Roraima, arrecadando livros, cartas e recursos para a construção de armários-bibliotecas no estado.

“Quando conheci o projeto vi a possibilidade de desenvolver um trabalho de produção textual como função social. Os alunos teriam a oportunidade de escreverem cartas não apenas para serem avaliadas pelo professor. Essas cartas teriam um destinatário e um propósito reais, o que tornaria a aprendizagem ainda mais significativa”, explica a professora de língua portuguesa da rede municipal de ensino, Patrícia Alves.

Nesta semana, os alunos das seis escolas municipais participantes (Edwar Lima, Dr. Oswaldo Ferreira, Dona Quita, Maria José de Brito, Miguel Resende e Luísa Rosália Diniz Kentsh) entregaram a versão final das cartas nas instituições de ensino. Agora, essas cartas serão encaminhadas para os coordenadores do projeto “Mi casa, tu casa”, que enviarão as correspondências para o estado de Roraima.

 

A aluna da Escola Municipal Miguel Resende, Eliene Fábia Costa Pereira conta que não conhecia muito sobre a situação dos refugiados e que ficou feliz em participar do projeto. “Foi emocionante, porque às vezes muitas dessas pessoas estão passando por problemas difíceis, perderam familiares ou algum bem. Fico feliz em talvez levar um sorriso, mostrar que alguém se importa com eles”, disse. Giovanna Alice Monteiro, aluna da escola Dona Quita concorda. “O projeto é muito legal. Ter acesso a essas pessoas, poder acolhê-las e saber que vamos mandar cartas que serão lidas e poderemos contar um pouco da nossa cultura. Fiquei muito feliz”, reforça.

Agora fica a expectativa pelo retorno. As cartas deverão ser entregues para os refugiados no final do mês de julho e a ideia é que quem receber as correspondências possa encaminhar as respostas para os alunos luzienses. “Eu perguntei como é a vida deles, como foi a viagem. Nunca tinha escrito uma carta para ninguém. Agora espero conhecer a cultura deles, saber o que fazem no tempo livre”, finalizou Gabriel Alves Pereira, aluno da Escola Municipal Edward Lima.