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PREFEITURA DE SANTA LUZIA DECRETA SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA NA SAÚDE

3 de maio de 2025

Cidade enfrenta aumento expressivo de doenças respiratórias e sobrecarga na rede de urgência e emergência

A Prefeitura de Santa Luzia decretou, nesta sexta-feira (26), situação de emergência em saúde pública devido ao avanço expressivo dos casos de doenças respiratórias no município e à alta ocupação dos leitos hospitalares. O anúncio foi feito pelo prefeito Paulo Bigodinho e pelo secretário municipal de Saúde, Rodrigo Gazeto, durante coletiva de imprensa no gabinete do chefe do Executivo.

De fevereiro a abril, as duas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da cidade registraram aumento significativo nos atendimentos. Na UPA São Benedito, os números saltaram de 14.723 em fevereiro para 25.671 em abril. Já na UPA Madalena, o número de atendimentos passou de 9.544 para 15.327 no mesmo período. Em relação apenas a doenças respiratórias, o crescimento foi de cerca de 80%.

“Estamos enfrentando uma demanda muito acima do esperado, principalmente por síndromes respiratórias. Por isso, decretamos emergência: para agilizar a contratação de profissionais de saúde, a aquisição de medicamentos e insumos, e garantir o reforço da estrutura de atendimento”, afirmou o prefeito Paulo Bigodinho.

Medidas adotadas

Com base no decreto, a Prefeitura já iniciou ações emergenciais como:
• Aumento imediato da equipe médica e de enfermagem nas unidades de saúde;
• Implantação de dez leitos de CTI pediátrico no Hospital Municipal Magalhães Parente;
• Ampliação de consultórios de triagem e acolhimento, como o Consultório Fast Track e o Consultório Amarelo;
• Extensão do horário de funcionamento das Unidades Básicas de Saúde (UBSs), com expectativa de atendimento até as 21h em algumas delas;
• Reforço na vacinação contra Influenza, com aplicação em escolas públicas, privadas, instituições de longa permanência e empresas.

Segundo o secretário Rodrigo Gazeto, a taxa de ocupação dos leitos clínicos de urgência e observação já está próxima de 100%. A cidade conta hoje com 97 leitos entre adulto e pediatria, além dos novos leitos de terapia intensiva implantados nesta semana. Também foi constatado que cerca de 45% dos pacientes atendidos nas UPAs são provenientes de outros municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte.

“Estamos lidando com um sistema sobrecarregado. É um desafio regional. O SUS é universal, não negamos atendimento, mas é importante que o Estado e o Governo Federal também deem o suporte necessário para enfrentarmos essa situação com dignidade”, ressaltou Gazeto.

Prevenção e orientação à população

A Prefeitura recomenda que, sempre que possível, a população procure as UBSs para atendimentos de menor complexidade, evitando a sobrecarga nas UPAs. A Secretaria de Saúde reforça que cerca de 60% dos casos atendidos poderiam ser absorvidos pela atenção primária.

O uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para profissionais da saúde será ampliado, incluindo máscaras, capotes e álcool em gel. Não está previsto, neste momento, decreto de obrigatoriedade do uso de máscara pela população em geral, mas a Prefeitura orienta atenção redobrada aos cuidados preventivos, especialmente entre crianças, idosos e grupos de risco.

A expectativa é de que o pico da sazonalidade respiratória se mantenha até o início de junho.