O restauro da Casa da Cultura entrou na segunda fase nesta segunda-feira (24), a de acabamento. A restauração, iniciada em novembro de 2021, é uma iniciativa da Prefeitura, conduzida pelas Secretarias de Cultura e Turismo e de Obras. Localizado defronte à Igreja Matriz, o casarão, com mais de 800 metros construídos em um terreno com o dobro desse tamanho, possui 19 cômodos no andar superior e 5 no inferior, levantados no final do século XVIII. É um dos maiores patrimônios culturais arquitetônicos de Santa Luzia.
Os luzienses aguardam a reabertura do imóvel, que abrigará novamente o Museu Dr. Aurélio Dolabela, desativado desde 2014. Mas para chegar a isso, terá sido necessário garantir a confiabilidade da estrutura de mais de duzentos anos. Dos 44 pilares, 42 estavam danificados e foram restaurados. O baldrame de pedras foi totalmente recuperado, assim como a cobertura, da qual foram aproveitados 95% do material original. A obra desta fase tem um valor total de R$ 6.404.287,82.
Os principais problemas encontrados foram infiltração de águas pluviais, que causaram uma inclinação de 38cm em uma parede lateral e de 12cm na parede dos fundos, e a ação de cupins nas madeiras nobres, como braúna, aroeira, jacarandá e canela. Tudo foi corrigido. A previsão para a conclusão da 2ª fase é de 18 meses, podendo se estender. O projeto de restauro é de autoria da arquiteta e paisagista Márcia Cristina de Souza, com fiscalização dela, do engenheiro civil da Prefeitura André da Silva Machado e participação da Secretaria de Cultura e Turismo.
Assim como foi a primeira, a segunda fase é realizada pela Restaurare Construtora Ltda, de Belo Horizonte, com previsão de 8 funcionários na obra. As intervenções incluem recuperação das partes hidráulica, elétrica, de esgoto e drenagem; restauração das paredes de adobe, pau-a-pique e barro cozido, esquadrias, portas, janelas, guarda-corpos e piso; e reconstrução dos banheiros com restauro e reaproveitamento das pias e guarnições em pedra sabão. O reboco será refeito, respeitando as características originais em barro, cal e capim. As cores nativas dos adornos, provavelmente cinco, estão sendo descobertas – bege claro para a parte interna e azul celeste para a externa sendo as mais cotadas.
Haverá intervenção no porão para instalar um café literário, que será integrado à área verde na terceira e última fase da obra. Essa área, uma praça pública anexa, possui pés de manga, ipês, coités, jabuticabeiras e palmeiras licuris, além de uma fonte decorativa. Um elevador será instalado para acessibilidade em uma das laterais do imóvel. Uma vez concluída, a Casa da Cultura será reaberta ao público, exibindo todo seu esplendor e um vasto acervo de objetos de época, atualmente em restauração, além de outras novidades.
