O Teatro Municipal Antonio Roberto de Almeida recebeu, na tarde da segunda-feira (3) uma roda de conversa sobre acessibilidade e inclusão das pessoas com deficiência, com a apresentação de uma peça teatral intitulada “Incluídos & Misturados”. A iniciativa é parte do Literatura Acessível, projeto realizado com o patrocínio da Usiminas, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, que tem como objetivo levar informação, conhecimento e cultura a uma parcela da população que conta com poucas opções de acesso à leitura: aqueles com algum tipo de necessidade específica ao ato de ler, como idosos, disléxicos, pessoas cegas ou com baixa visão, pessoas com deficiência auditiva, intelectual e autistas. A iniciativa, idealizada pela escritora Carina Alves, foi recentemente reconhecida com o prêmio Unesco-Confúcio de Alfabetização.
O projeto passou por duas escolas de Santa Luzia no mês de setembro e, agora, retorna com a roda de conversa e com apresentação do espetáculo no teatro, a fim de atender a toda a população, além da comunidade escolar. Na primeira etapa, além do espetáculo, foi distribuída gratuitamente para as escolas que o projeto visitou uma coletânea infantojuvenil com quatro livros em multiformato – impressos que reúnem em um único exemplar textos em braille, pictogramas e acesso (via código QR) a versão em Libras e audiodescrição.
Tanto nos livros quanto no espetáculo teatral as estórias são protagonizadas por personagens com alguma deficiência e, no caso desta última, a apresentação conta com intérprete de Libras. A iniciativa é uma realização do Instituto Incluir, da Secretaria Especial da Cultura e do Ministério do Turismo, com produção da Burburinho Cultural, com apoio do Instituto Usiminas e da Prefeitura de Santa Luzia.
“Nosso foco é no processo formativo e esse momento nos permite entender os desafios e as potencialidades das pessoas com deficiência. É uma via de mão dupla essa relação. A nossa sociedade precisa entender que a educação precisa ser para todos, possibilitando ações na perspectiva da emancipação e não da segregação”, afirma Carina Alves que é psicóloga, empreendedora e ativista social, fundadora do Instituto Incluir e idealizadora e autora (outros escritos em coautoria com parceiros) do Literatura Acessível.
O projeto teve início em 2014 e hoje atende todas as regiões do Brasil e, inclusive, dialoga com outros países. Além de distribuir os livros gratuitamente, a iniciativa contempla contação de estórias por meio do espetáculo “Incluídos e Misturados” em escolas públicas das cidades mineiras Belo Horizonte, Ipatinga, Itaúna, Mateus Leme, Igarapé, Betim e Santa Luzia, além das pernambucanas Cabo de Santo Agostinho e Recife e da paulista Cubatão. O projeto busca estimular a inclusão social das crianças e jovens com e sem deficiência, desenvolver através da prática da leitura suas habilidades cognitivas, criativas e psicológicas. A iniciativa pretende criar oportunidades de atividades culturais e educacionais para proporcionar uma nova sociedade que seja mais digna e mais justa. A Literatura Acessível também oferece e-books e um aplicativo totalmente gratuitos. Mais informações podem ser obtidas através do fone 31 99204-6367.
