Os tambores pendurados na parede e as imagens de São Benedito e outros santos negros no imóvel do bairro Baronesa já sinalizam a importância de uma tradição que vem de gerações. Os grupos de congado luzienses são o tema escolhido pela Secretaria Municipal de Cultura e Turismo para a 8ª Jornada do Patrimônio de Minas Gerais. Na última quinta-feira (30), foi realizada a última visita técnica pela equipe da secretaria à Guarda de São Benedito.
O presidente da guarda, Aguinaldo Liberato de Jesus foi quem abriu as portas do espaço para receber os profissionais. A guarda, que já está há 25 anos na cidade, foi fundada em Belo Horizonte, no bairro Santo André, como Guarda de Santa Izabel. Nesse período acabou sendo desativada por diversos problemas após o falecimento de seus fundadores. Criado dentro da tradição do congado – sua mãe era cozinheira e seu pai fiscal – Aguinaldo teve a ideia de trazer o grupo para Santa Luzia, homenageando o santo que também dá nome ao distrito onde mora.
Mas as dificuldades são muitas. Santa Luzia já teve muitos grupos de congado. Acredita-se que já foram mais de 100 na cidade. Hoje, apenas quatro resistiram e mantém viva essa cultura. A pandemia foi mais um complicador. Aguinaldo contou que durante esse período a guarda ficou com suas atividades paralisadas e está retomando aos poucos a participação em alguns eventos. “Na próxima semana [10 de outubro] participaremos da festa de Nossa Senhora do Rosário, na rua Direita”.
Essas e outras informações levantadas pela secretaria durante o encontro com as quatro guardas da cidade serão compiladas em um documento e encaminhadas para o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA). A ideia é promover, a partir disso, políticas públicas na cidade.
